Créditos de carbono: entenda como funciona o mercado e como sua empresa pode lucrar com sua

Descubra como o uso de créditos de carbono é uma medida importante para reduzir emissões de gases nocivos e como a comercialização pode ajudar as empresas.

No que diz respeito às preocupações com as alterações climáticas, um dos principais temas relacionados é a redução das emissões de gases com efeito estufa (GEE), ou seja, zero emissões de dióxido de carbono (CO2) e dióxido de carbono equivalente (CO2 eq) na atmosfera. Uma das principais causas do aquecimento global e o que intensificou essas mudanças climáticas nos últimos tempos. No entanto, entre as principais medidas que a comunidade científica e os governos de todo o mundo têm encontrado para conter os efeitos do aquecimento global está o uso de créditos de carbono.

Este é um mecanismo que se tornou necessário para regular a emissão de altos níveis de gases nocivos. Isso significa que, graças a essa medida, empresas, organizações e indivíduos passam a ter mais flexibilidade para atingir suas metas de redução de emissões de GEE. Isso pode ser feito por meio de medidas sustentáveis e voluntárias e/ou por meio da compra e venda de créditos de carbono. O objetivo, portanto, é repassar os custos sociais das emissões para as entidades emissoras.

No Brasil, os créditos de carbono representam um mercado promissor que deve gerar US$ 100 bilhões em receita até 2030. Segundo estudo da filial brasileira da Câmara de Comércio Internacional (ICC Brasil). Mais especificamente, o país opera apenas um mercado voluntário de créditos de carbono. Essa abordagem permite que empresas e pessoas físicas gerem créditos por meio de projetos inovadores voltados para a prevenção, redução e eliminação dos gases de efeito estufa. Isso significa que nesse mercado as empresas estão interessadas em neutralizar as emissões.

É nesse cenário de expansão que o Projeto de Lei 528/21, proposto pelo Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE), deverá ser aprovado em breve. Com isso, o Brasil também terá um mercado regulado, onde a compra e venda de créditos de carbono será regulamentada. Assim, o mercado de crédito de carbono terá um papel maior e mais obrigatório, com o governo impondo metas de eliminação gradual às indústrias participantes. Ressaltamos que o preço do carbono no mercado regulado é três vezes maior do que no mercado voluntário. Isso destaca a importância da regularização e garantia de estabilidade para os investidores.

Como funciona a comercialização de créditos de carbono?

Cada país possui uma legislação específica que define as características associadas ao comércio de créditos de carbono. No Brasil, esse cenário ocorre sob o conceito de regulamentação do comércio de emissões de carbono e do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL). Com projetos de MDL aprovados, empresas, indústrias e países que não cumprem as metas de emissões de CO2 podem negociar e ter Reduções Certificadas de Emissão (RCEs).

O mercado de carbono caracteriza-se essencialmente pela venda de créditos de carbono de um indivíduo ou empresa que conseguiu reduzir as emissões de gases de efeito estufa para outro indivíduo ou empresa que precisa reduzir suas emissões, mas não pode compensar suas próprias emissões. Lembramos que, conforme já mencionado acima, o mercado de comercialização de créditos de carbono opera atualmente em duas modalidades: mercado regulado e mercado voluntário.

Além do MDL, que é específico para os países em desenvolvimento que emitem créditos de carbono para apoiar iniciativas de desenvolvimento sustentável, existe também o "Protocolo de Kyoto". Um regulamento que atribui a cada país um determinado padrão de emissão de créditos de carbono a ser cumprido. Dessa forma, os créditos excedentes podem ser disponibilizados no mercado para serem adquiridos por outros países que ainda não cumpriram suas metas de emissões.

Por fim, é importante saber que os créditos de carbono funcionam como moeda no mercado de carbono. Com isso, o valor dos créditos de carbono também oscila, como qualquer outra moeda, e é influenciado por outros fatores, como questões econômicas e de mercado. Vale ressaltar que independente do projeto que está sendo desenvolvido, é necessário a contratação de especialistas ambientais para auxiliar em diversos pontos. Como reduzir os gases de efeito estufa produzidos pelas organizações. Além disso, também pode ser necessária assessoria especializada na comercialização de um ativo.

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